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14 de fevereiro de 2010

Filme (Review)

Comecemos sendo otimistas: a espera foi tamanhã pela estréia do filme que, sexta, eu cheguei quase duas horas antes ao shopping, onde eu tinha marcado de ver o filme com amigos.
Agora, realistas.

O QUE o Columbus pretendia com aquele filme?
Quem leu e assistiu a saga de Harry Potter, sabe que os dois primeiros filmes, que foram dirigidos pelo mesmo diretor de P.J. e os Olimpianos - Columbus - foram os únicos da saga que seguiram o livro quase à risca. Com pequenas adaptações, cortes, acréscimos, mas, de um modo geral, os mais atrativos para os viciados nos livros.
O que, por sua vez, era o que nós - que gostamos da coleção do Riordan - esperávamos.
Uma adaptação, se possível, fiel.
E não apenas uma utilização do nome dos personagens e do resumo que fica na orelha do livro.


Logo de cara, quem viu o filme, já se espantou. Poseidon e Zeus em uma conversa no meio da noite, no alto do Empire State. Até aí, tudo bem, eles discutem mesmo. Até Zeus falar que o filho de Poseidon roubou a fonte de poder do Deus dos Deuses.
Alguém repara algo de errado até aí? Tipo, hum, eu acho que os 3 grandes tinham um acordo de não terem filhos. Será que é falha minha? Sim, claro, posso ter lido errado nos 5 livros. Comum.
Não precisa ser um gênio para saber que, na visão desgovernada do Columbus, Poseidon defendeu o filhote que ele nem mesmo deveria ter.
Fatos mais que absurdos seguem esse início já catastrófico: Percy fica 7 minutos em uma piscina logo em sua primeira aparição; a Sra. Dotts - que aqui dá aula de literatura - não é destruída, ela foge, porque Quíron e Groover aparecem (é, sem a querida Anaklusmus no primeiro momento - a não ser que você considere a cena ridícula em que o Quíron entrega a caneta e o Percy faz um drama desnecessário); depois disso - para infelicidade geral dos leitores - Groover leva o Percy para casa... e cadê as Parcas? O fio da vida? A tesoura dourada? Hum. Boa pergunta. Vai ver o Columbus achou muito arriscado brincar com esse tipo de coisa.
Groover sendo enganado pelo Percy? Coitado, o Groover do livro é burro, o do filme, quase um gênio. Chalé na praia? Ha-há. Nem sei o que é isso. Pelo menos eu posso dizer que a Sally levou o Groover e o Percy de carro até perto do acampamento, onde - uau! - foram atacados pelo minotauro (citações zero vindo do Percy). Ah, mas eu me recuso a dizer como o minotauro foi derrotado. É drástico demais, vocês terão que ver para rir um pouco e, depois, tentar acreditar que foi daquele jeito. Ou melhor, nas modificações físicas que envolveram o ato de quebrar o chifre. Fantástico, devo dizer.
Ah é. A Anaklusmos já está com o Percy. Ok. Acho que isso podemos relevar.
Sally "morre" (alguém está contando os acertos? Acho que esse é o segundo, não?); Percy desmaia (três); acorda no acampamento - sem Ambrósia e nem néctar -, sem visitas de Anabeth, sem o Sr. D. (eu encararei isso como duplamente negativo, já que o Dionísio é quase toda a graça do livro), sem a queridíssima Clarice (encare com ironia, se quiser), com um chalé todo especial já esperando pelo protagonista (e Quíron avidamente anunciando que "seu pai fez isso para você"). Agora, antes de eu avisar mais erros, deixe-me ressaltar isso: o Percy encontra o tridente dentro do chalé.
Pois é, pessoal. Acho que Poseidon realmente não precisa de sua fonte de poder, não acham?
Espero seriamente que o tridente que puseram na parede da choupana não seja o do senhor dos mares. Fato.
Então, quando você acha que a história vai começar a seguir um rumo mais "correto", você é apresentado a Anabeth. Cabelos pretos, pele bem clara, excelente esgrimista, derrotando pelo menos 3 guerreiros de uma vez só, bem robusta... Espera. Estou falando da Clarice? Não. É realmente a Anabeth. "Filha de Atena, deusa da sabedoria e da guerra". Huh. Que coisa, não?
Acho que Ares perdeu o posto. Ou então Columbus viu a saga de Cavaleiros do Zodíaco antes de aceitar o roteiro do filme.

Certo. Eu não vou mais me demorar em pequenos detalhes. Acredito que já consegui irritar metade das pessoas que ainda não viram o filme. Só que não posso deixar de dizer que: Luke tem o melhor chalé do acampamento (equipado com dois televisores magníficos e um videogame e computadores - e que apenas ele mora no tal chalé). Não posso deixar de dizer que na brincadeira de "capture a bandeira", quem detona o Percy é a Anabeth. Vou falar também Hades aparece na fogueira do acampamento, oferecendo a mãe de Percy pelo Raio; que o Percy não visita o oráculo e que, no filme, ele foge para ir na missão (ao menos Groover e Anabeth o acompanham); citarei que eles ganham um Mapa do Maroto muito interessante e que quem explicou o que eles têm que fazer para fugir do Submundo foi Luke (falando das pérolas); faço menção ao fato de que o Luke entrega as botas-aladas de Hermes (obviamente, um All Star, como em todo filme americano), mas que elas não levam Percy ao Tártaro; aponto que depois de "pegar a perola na Tia M." (que no filme é Tia Mimi) eles vão a uma réplica do Pathernom e enfrentam uma hidra (que o Groover derrota - de novo, não citarei como); faço alusão ao fato que o Lotus Cassino é, praticamente, o cassino mais conhecido de Vegas (ao passo de que, no livro, ele fica em uma ruela, quase perdido); que a entrada para o Submundo fica entre as letras de Hollywood (e não em um hotel cheio) - e que essa entrada quase se assemelha a entrada que o Nico apresenta ao Jackson...
Bom. Eu não sei quanto a você, mas, nesse ponto, eu já estava farto de erros, erros e desastres da obra do Riordan. Então, peço-lhes para tomarem fôlego, beberem água, porque, agora, vem algo que me fez rir no cinema. Então, eu vou cuspir logo as palavras.

Além-de-não-mostrar-o-Submundo-Hades-queria-o-Raio-para-ele-para-ele-governar-o-mundo.

Alguém lembra que, no livro, ele deixa bem claro que ele já tem um exército mais que suficiente e que ele não quer mais pessoas nas portas dele? Se não se lembram, por favor, abram os livros e procurem.

Ah.
E Perséfone é quase uma escrava de Hades e ela trai ele para "ajudar" o trio incopetente (perdoem-me, gente, mas eu realmente me acostumei com a idéia de que a Anabeth é um gênio, coisa que esqueceram de falar para o produtor do filme).
Dica: se procurarem pelos cães infernais, cacem por coisinhas do tamanho de um lobo, cinzentas, que atacam o trio logo que eles entram no castelo de Hades.

E, agora, eu deixarei esse finzinho para aqueles que encararem as telas, dizendo apenas para se prepararem para gargalhadas, porque, no mínimo, vocês vão achar engraçado. Em situação mais extrema, preferirão rir a desatar em esculachos ao filme.
Apenas falo: a coleção perdeu toda a continuidade.
Alguém vai ter que aprender a sambar enquanto planta bananeira para corrigir o estrago do Craig Titley (roteirista).


Mas não se desesperem.
Aqueles que não leram os livros acharam o filme ótimo. Alguns apenas disseram "qualquer semelhança com Harry Potter NÃO é mera coincidência". Ficou até uma pergunta muito inteligente no ar: "O Dumbledore já foi um centauro e teve cabelo preto?".

Agora, quantos aos efeitos especiais, eu devo dizer que ficaram bons.
As gravações em si também foram boas - não é aquele tipo de filme que parece que foi gravado no fundo do quintal - e o elenco poderia ser melhor, mas, ainda assim, foi bem escolhido.

Eu tirei meu chapéu para a atriz da Medusa - Uma Thurman - e da Perséfone - Rosario Dawson. Rolou uma piada EXCELENTE no filme com o Hades fazendo alusão a Zé Ramalho que, decididamente, valeu a cena.
Aqui fica a deixa para vocês comentarem sobre qualquer erro que quiserem - e, se alguém lembrar de mais uma catástrofe que eu não tenha mencionado, por favor, cite que eu acharei um lugar para ela.

Só que, por favor, não me deixem tentado a colocar o final desastroso que foi aquele que precede a entrada ao Empire State. De verdade. No livro o Percy só faz aquilo no terceiro livro e eu tentarei ignorar que aquilo aconteceu no primeiro filme.


Reclamem sem medo e defendam se assim o desejarem,
porque aqui é o espaço de todos.

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